28 de abril de 2012

OS VINGADORES



A Marvel é uma marca poderosa no mundo do cinema. A trilogia X-Men (idem) e o filme de estréia do Motoqueiro Fantasma (ghost rider), por exemplo, tiveram bilheterias magníficas. A também trilogia Homem-Aranha (spider-man) deteve, por muito tempo, o maior lucro em um final de semana de estréia. Mesmo personagens menos rentáveis como Demolidor: o Homem Sem Medo (Daredevil) ou os que compõem o Quarteto Fantástico (fantastic four) tiveram uma boa parcela de lucro.

Vou trabalhar agora com uma dedução pessoal. Por volta de 2004, quando o projeto Homem de Ferro (iron man) estava em seu início, imagino que muitos passaram a visualizar a possibilidade de adaptar Os Vingadores (the avengers) para as telas. Até onde ia essa pretensão, fica difícil de conceber. No entanto, o fato de uma nova versão de O Incrível Hulk (the incredible Hulk) ter sido iniciada em paralelo, a princípio para apagar a descaracterização feita anteriormente por Ang Lee, não me parece coincidência.

Nick Fury, comandante da S.H.I.E.L.D foi introduzido. A conexão entre Tony Stark e Bruce Banner também. Em Homem de Ferro 2 (iron man 2) tivemos o primeiro contato com a personagem Viúva Negra (Black Widow). Neste momento, a sequência de fatos já parecia bastante óbvia.

Então vieram Thor (idem) e Capitão América: o Primeiro Vingador (Captain America: the first avenger). Nada poderia ser mais claro que o subtítulo O Primeiro Vingador.

Bastou aguardar.

Para quem não sabe, Os Vingadores foi uma resposta da Marvel para a Liga da Justiça, criada pelo selo DC em meados dos anos 40. A DC, que compõe um universo de super-heróis tais como Batman, Super-Homem, Lanterna Verde, entre outros, sempre foi rival da Marvel e de sua legião pessoal.

Uma competição saudável entre roteiristas, desenhistas e criadores. Stan Lee e Jack Kirby, no entanto, foram definitivos para que a Marvel saísse quase sempre à frente.

Nos cinemas não é diferente.

Com exceção ao Batman de Christopher Nolan e um longínquo filme de estréia do Super-Homem, a DC sempre esteve à sombra da Marvel. O fracasso do recente Lanterna Verde (Green Lantern) somente comprova esta afirmação.

Mas vamos aos fatos.

A expectativa foi maior que o resultado final. Apesar da votação dos internautas ter resultado em uma nota média impressionante de 8.9/10 (http://www.imdb.com/title/tt0848228/) e dos jornais terem colocado três estrelas, o filme é apenas bom. Resultado que eu considero extremamente positivo, considerando a incompatibilidade de alguns personagens para os dias de hoje.

De início, uma modificação e uma introdução: Mark Ruffalo assume o papel de Bruce Banner (Hulk) e Jeremy Renner interpreta o Falcão (Hawkeye), que não é conhecido o suficiente para fazer valer um filme solo. Para quem não tem contato com os quadrinhos, ele é um dos heróis.

O roteiro é bastante bem feito, devo dizer. O esquema é conhecido, mas a integração da trama, narrativa e personagens funciona e não deixa furos, o que é importante neste caso. Tudo funciona de forma lógica e compreensível e o espectador recebe as informações e as conexões no tempo certo. Em um ritmo constante para os fãs e bem centralizado para os passageiros de primeira viagem. Alguns itens são repetidos ao longo do filme para que sejam mais bem fixados. Além de tudo, muito do humor funciona. Os clichês estão presentes. Aparentemente eles tornaram-se obrigatórios. Uma pena, mas acreditem: são poucos e rápidos, para nossa sorte.

A direção de Joss Whedon é segura. A câmera sempre se posiciona em um local onde a ação torna-se clara e visualmente privilegiada. Muitos diretores, como Michael Bay, teimam em manter a ação frenética e confusa. Não é o caso. Mesmo em momentos onde ocorrem diversos tiros, lutas corporais, explosões e dezenas de personagens em cena, tudo fica visível e distinguível. É uma tarefa bastante complicada e os méritos merecem ser destacados. A direção dos atores e das cenas onde o predomínio está ligado aos diálogos também tem seu charme. A química está presente, principalmente entre Mark Ruffalo, Robert Downey Jr. e Jeremy Renner.

Mas o que vale aqui é ação e adrenalina. E por isso, gostei de ter ido ao cinema ao invés de aguardar o lançamento em Blu-Ray.

Os efeitos sonoros são extraordinários. É impressionante como uma sonoplastia e uma mixagem de som do porte aqui tratadas complementam e intensificam uma sequência. Visualmente, o filme é todo muito bem feito, mas gostaria de destacar um momento em particular: a luta entre Thor e Homem de Ferro. Golpes desferidos por personagens com este poderio físico ou tecnológico precisam de um exagero que muitas vezes não consegue ser bem refletido nas telas. Falta ritmo, entrosamento, os efeitos não sustentam determinadas ações dos personagens. Aqui, no entanto, tudo ocorre de forma perfeita. Acho que esta palavra define bem. É de uma magnitude admirável.

Infelizmente vi a tudo em 3D, mas ao término da sessão digo que não me arrependi.

Os óculos são sacais, mas a tecnologia é muito bem explorada e cria um ambiente de vastidão ainda maior, o que é bastante positivo para uma aventura deste porte.

Possivelmente eu nunca mais verei este filme. Como não revi tantos outros bons filmes de ação em minha vida.

Mas digo uma coisa: cinema não se resume apenas a conteúdo ou a um mero artifício de reflexão. É também a vontade de adentrar um universo próprio onde as regras que conhecemos muitas vezes não se aplicam.

Neste quesito, Os Vingadores triunfa.

Assistam com olhos de criança.





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