17 de abril de 2012

O LORAX



Recentemente levei meu filho para assistir O Lorax: em Busca da Trúfula Perdida (Dr. Seuss’ the Lorax). Estava animado. Havia lido que o filme reunia a mesma trupe responsável por Meu Malvado Favorito (despicable me) o qual eu, particularmente, considero excelente. Outro atenuante aumentava minhas expectativas: era o primeiro filme 3D do meu filho. Experiências simples são incrivelmente elevadas a números inimagináveis quando o pimpolho (ou pimpolha) está ao nosso lado. É uma surpresa a cada instante.

Terminada a sessão, ele olha para mim e diz: “Pai, esse filme é meio chatinho, né?”

Crianças adoram receber o aval de seus pais antes de formarem uma opinião final. No fundo, o que ele estava dizendo era: “Pôxa, pai. Que porcaria de filme você me levou para assistir.”

Ele tem apenas cinco anos e, acreditem, é bastante tolerante. Assiste a quase todos os desenhos do Discovery Kids. Tem o repertório pequeno, obviamente, mas adora filmes. Em especial as animações. É fã de Toy Story (idem), Bob Esponja (Spongebob: squarepants), Carros (cars), entre tantos outros.

Quando saímos de uma sessão, o fato que mais nos ofende é entender que a obra, no final das contas, é um insulto à nossa inteligência.

Nada pode ser mais frustrante. Nem mesmo um filme ruim.

Sempre que eu toco neste delicado assunto, cito a Pixar como um importante elemento do cinema contemporâneo.

Cria-se um equilíbrio raro na mescla humor infantil e humor adulto em doses tão similares que tornam a experiência familiar de assistir a um filme ainda mais proveitosa.

Existem momentos tão brilhantes que piadas de duplo sentido fazem com que pais e filhos riam juntos. E situações tão bem articuladas que abrangem ambas as idades. O momento em que o Sr. Cabeça de Batata integra suas pernas, braços, olhos, etc a um nacho (eu digo ao meu filho que é uma panqueca) e passa a ser ameaçado por uma pomba é simplesmente hilário, irresistível.

Há ainda a resistência de que as crianças somente acham graça de piadas escatológicas ou de origem pastelão, como um “pum” inusitado ou uma queda ao chão.

Esta resistência segue na vida adulta. A visão de que o público que desfruta da sétima arte apenas como entretenimento não espera por um leve refinamento é errônea. Um ultraje.

Por esta razão, crianças mundo afora olham para seus pais e dizem “Pai, esse filme é meio chatinho, né?” e adultos saem das salas de cinema aborrecidos e citando frases que não devem ser escritas em blogs.

Quando pais e filho mostram-se insatisfeitos, alguma coisa está bem errada.

Mirem-se. A correção é possível e existem diversas referências para isso.

Quem sabe um dia a preguiça do cinema fácil venha a ser curada em definitivo.









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