Recentemente
levei meu filho para assistir O Lorax:
em Busca da Trúfula Perdida (Dr.
Seuss’ the Lorax). Estava animado. Havia
lido que o filme reunia a mesma trupe responsável por Meu Malvado Favorito (despicable
me) o qual eu, particularmente, considero excelente. Outro atenuante
aumentava minhas expectativas: era o primeiro filme 3D do meu filho. Experiências
simples são incrivelmente elevadas a números inimagináveis quando o pimpolho
(ou pimpolha) está ao nosso lado. É uma surpresa a cada instante.
Terminada
a sessão, ele olha para mim e diz: “Pai, esse filme é meio chatinho, né?”
Crianças
adoram receber o aval de seus pais antes de formarem uma opinião final. No fundo,
o que ele estava dizendo era: “Pôxa, pai. Que porcaria de filme você me levou
para assistir.”
Ele
tem apenas cinco anos e, acreditem, é bastante tolerante. Assiste a quase todos
os desenhos do Discovery Kids. Tem o
repertório pequeno, obviamente, mas adora filmes. Em especial as animações. É fã
de Toy
Story (idem), Bob Esponja
(Spongebob: squarepants), Carros (cars), entre tantos outros.
Quando
saímos de uma sessão, o fato que mais nos ofende é entender que a obra, no
final das contas, é um insulto à nossa inteligência.
Nada
pode ser mais frustrante. Nem mesmo um filme ruim.
Sempre
que eu toco neste delicado assunto, cito a Pixar como um importante elemento do
cinema contemporâneo.
Cria-se
um equilíbrio raro na mescla humor infantil e humor adulto em doses tão
similares que tornam a experiência familiar de assistir a um filme ainda mais
proveitosa.
Existem
momentos tão brilhantes que piadas de duplo sentido fazem com que pais e filhos
riam juntos. E situações tão bem articuladas que abrangem ambas as idades. O momento em que o
Sr. Cabeça de Batata integra suas pernas, braços, olhos, etc a um nacho (eu digo ao meu filho que é uma
panqueca) e passa a ser ameaçado por uma pomba é simplesmente hilário, irresistível.
Há
ainda a resistência de que as crianças somente acham graça de piadas
escatológicas ou de origem pastelão, como um “pum” inusitado ou uma queda ao chão.
Esta
resistência segue na vida adulta. A visão de que o público que desfruta da sétima
arte apenas como entretenimento não espera por um leve refinamento é errônea.
Um ultraje.
Por
esta razão, crianças mundo afora olham para seus pais e dizem “Pai, esse filme
é meio chatinho, né?” e adultos saem das salas de cinema aborrecidos e citando
frases que não devem ser escritas em blogs.
Quando
pais e filho mostram-se insatisfeitos, alguma coisa está bem errada.
Mirem-se.
A correção é possível e existem diversas referências para isso.
Quem sabe um dia a preguiça do cinema fácil venha a ser curada em definitivo.
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