30 de maio de 2012

G. I. JOE - RETALIAÇÃO


G. I. Joe (idem) foi uma série animada norte americana que durou duas temporadas e conquistou grande público infantil. Um sucesso temporário.

Conhecido no Brasil como Comandos em Ação, todos os garotos da década de 80 paravam suas atividades para assistir ao desenho. Atividades essas, aliás, que muitas vezes eram brincadeiras com os próprios bonecos baseados nos personagens da série.

Na verdade, a série é quem foi baseada nestes brinquedos chamados action figures, mas esta é uma discussão à parte.

Então, mais de 20 anos depois, alguém teve a brilhante idéia de produzir um filme baseado neste contexto. Para uma geração que nunca teve contato com os citados heróis.

Transformers (idem) funcionou, certo? Então, por que não?

175 milhões de dólares investidos, 150 milhões de retorno em solo norte americano. Basicamente, o mundo odiou o resultado. Eis o porquê.

Bom. Todos têm o direito de cometer um erro. Cometê-lo em duas ocasiões é sinônimo de burrice, especialmente quando se trata de cinema.

Obviamente, às vezes ocorrem exceções. Batman Begins (idem) teve uma bilheteria modesta se comparada ao investimento. No entanto, semana a semana a queda de público era mínima. O resultado artístico foi satisfatório e elogios brotavam de todos os lados. Uma continuação teria uma estréia monumental e valeria o risco.

Não foi o caso de G. I. Joe – A Origem do Cobra (G. I. Joe – the rise of Cobra).

Então, por quê investir em uma continuação?

As bilheterias de filmes bastante razoáveis já não estão ruins o suficiente para que o mercado entre em sinal de alerta?

Podemos imaginar que a produção iniciou-se dois anos atrás, quando as coisas não estavam tão ruins, por isso a aposta.

Se for assim, esta é a prova definitiva de que a indústria não depende de si só para reger tendências. A audiência ainda comanda as engrenagens.

Abaixo deixo o link de G. I. Joe –Retaliação (G. I. Joe – retaliation).

http://www.gijoemovie.com/

DJANGO LIVRE


Quentin Tarantino pode demorar anos entre um projeto e outro. No entanto, quando começa a trabalhar, as coisas acontecem rapidamente. Para se ter uma idéia, Bastardos Inglórios (inglourious basterds) levou apenas nove meses entre o processo de pré-produção, filmagens e finalização.

Eis a importância de ter a exata noção do que se quer ao entrar no set. Um bom roteiro pode demandar bastante tempo, mas poupa muito dinheiro a partir do momento em que a produção está iniciada.

Seu mais recente trabalho recentemente recebeu um título em português: Django Livre (Django unchained).

Mais do que isso, algumas imagens foram disponibilizadas para os fãs mais ansiosos.

Abaixo, deixo o link para a visualização.

http://www.imdb.com/title/tt1853728/mediaindex

28 de maio de 2012

MIB 3



Enquanto Os Vingadores (the avengers) e Jogos Vorazes (the hunger games), que voltou a figurar na lista dos dez mais assistidos, caminham tranquilamente como as duas maiores bilheterias de 2012, Homens de Preto 3 (men in black 3) estréia em sinal de alerta.

Apesar de ter desbancado a franquia da Marvel da primeira posição, 55 milhões de dólares não são suficientemente tranquilizantes, em especial se uma quantia próxima a 200 milhões foi investida.

Do final de semana de estréia para o seguinte, estima-se que a renda diminua em 50% e assim por diante.

Não será o suficiente para cobrir os custos, pelo menos em solo norte americano.

Existem exceções. Missão: Impossível – Protocolo Fantasma (mission: impossible – ghost protocol) teve um início bastante ruim, mas recuperou-se devido a críticas positivas. Mais do que isso: a bilheteria mundo afora cresceu vertiginosamente. Para se ter uma idéia, Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas (pirates of the Caribbean: on stranger tides) é um dos onze filmes a ultrapassarem a marca de 1 bilhão de dólares. Deste tanto, mais 800 milhões vieram de fora dos EUA.

Resta saber se Homens de Preto 3 será um desses, ou irá naufragar, como tantos gigantes o fizeram neste estranho panorama formado pelas platéias norte americanas do último ano.

27 de maio de 2012

CANNES 2012 - VENCEDORES


Toda premiação tem seus símbolos. Presenças frequentes que somente não são obrigatórias pelas regras estipuladas. No Oscar, Meryl Streep e John Williams perderam as contas de quantas indicações receberam durante as últimas décadas.

Cannes não poderia ser diferente.

Gus Van Sant, Lars Von Trier (até ser considerado persona non grata na última edição) e os irmãos Dardenne devem ter uma carteirinha de descontos dos hotéis da região.

E é claro, Michael Haneke.

Assim como em 2009 quando exibiu A Fita Branca (kindergeschichte), o realizador alemão levou para casa a palma de ouro, prêmio máximo do festival.

Haneke é mais que um veterano: de seus últimos cinco filmes, quatro conseguiram resultados marcantes, como melhor direção por Caché (idem) e o prêmio do júri por A Professora de Piano (la pianiste), Código Desconhecido (code inconnu: récit incomplet de divers voyages) e também pelo mesmo Caché.

Amour (ainda sem título em português) o coloca no panteão dos diretores que venceram a palma de ouro em duas ocasiões. Lá estão os já citados irmãos Dardenne, Shohei Imamura, Francis Ford Coppola e Emir Kusturika.

Um feito e tanto.

Os prêmios secundários foram distribuídos por outra seis obras:

Melhor Diretor: Carlos Reygadas por Post Tenebras Lux (ainda sem título em português). Reygadas havia vencido o prêmio do júri em 2007 (ao lado de Persépolis) por Luz Silenciosa (stellet licht).

Melhor Roteiro: Cristian Mungiu por Dupa Dealuri (ainda sem título em português). Mungiu, que também é o diretor, venceu a palma de ouro em 2007 por 4 meses, 3 semanas e 2 dias (4 luni, 3 saptamâni si 2 zile).

Grande Prêmio do Júri (grand prix): Matteo Garrone por Reality (ainda sem título em português). O diretor italiano já havia vencido na mesma categoria por Gomorra (idem) em 2008.

Prêmio do Júri: Ken Loach por Angel`s Share (ainda sem título em português). Loach venceu a palma de ouro em 2006 por Ventos da Liberdade (the winds that shakes the barley).

Melhor Atriz: Cosmina Stratan e Cristina Flutur (ambas estreantes) por Dupa Dealuri.

Melhor Ator: Mads Mikkelsen por Jagten (ainda sem título em português). O filme tem a assinatura de Thomas Vinterberg, diretor de Festa de Família (festen) que é um dos grandes ícones do movimento Dogma 95 além de ter vencido o prêmio do júri em 1998.

Melhor Filme de Diretor Estreante (Caméra d`Or): Behn Zeitlin por Beasts of the Southern Wild (ainda sem título em português). O filme havia vencido um dos prêmios principais do Festival de Sundance no início do ano.

Para finalizar esta coluna, L. Rezan Yesilbas venceu no quesito curta-metragem por Sessiz-be Deng (ainda sem título em português).

Aguardem mais notícias sobre festivais futuros.


24 de maio de 2012

NA ESTRADA


Ontem a emissora Globo exibiu uma reportagem sobre a estréia de Na Estrada, novo filme de Walter Salles. Eu peço desculpas, mas me recuso a chamá-lo por este nome.

Posso até aceitar mudanças drásticas relacionadas ao título original (o que aqui nem é o caso) como Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall) ou Na Mira do Chefe (in Bruges), mas acredito que a obra definitiva de Jack Kerouac mereça um pouco mais de respeito.

On the Road (título original, o mesmo da obra literária) foi um divisor de águas. A prosa contínua e a noção do anti-herói americano, pelo menos relacionado ao homem comum, tiveram seu início, basicamente aqui.

Apesar de ter sofrido algumas alterações na época de seu lançamento, ela deu início ao movimento conhecido como beat e estendido a beatnik e durante mais de 50 anos pareceu inadaptável à sétima arte. Não pela história (bastante longa por sinal), mas pelo conteúdo, a forma e seu impacto.

Walter Salles, produzido por Francis Ford Coppola, foi em frente e o resultado agradou. Apesar da frieza dos jornalistas presentes em sua primeira sessão, o filme recebeu críticas positivas, em sua maioria, e foi aplaudido em pé por seis minutos.

Nada mal.

A estréia nos cinemas brasileiros acontece dia 15 de Junho.


CANNES 2012


O Festival de Cannes procura o caminho oposto ao Oscar. Aparentemente, e em minha opinião os dois pecam neste quesito, um acredita que representa o cinema de arte e o outro o cinema de público, ou comercial.

Bobagem.

Todo cinema é comercial. Ninguém gasta anos de sua vida, tempo de centenas (às vezes milhares) de profissionais para exibir o resultado em uma reunião de família. Obviamente, um filme de Steven Spielberg tem um apelo maior e um de Ingmar Bergman, menor. Mas os dois conhecem bem seu público. Sabem do que eles gostam, sabem o que querem, sabem entregar seu melhor.

Ninguém investiria em um projeto no intuito de perder dinheiro. Se o investimento é baixo, pode haver mais ousadia. Se for demasiadamente alto, regras precisam ser cumpridas.

Imagine Os Vingadores (the avengers) nas mãos de Woody Allen.

Cinema necessita de um talento investidor.

O contrário também é verdadeiro.

Todo filme é arte. Um século de teorias e desenvolvimento. O talento (muito ou pouco) das mãos de centenas (às vezes milhares) de profissionais. Planejamento, visão, empenho. Tecnologia.

Um livro de Sidney Sheldon é literatura, assim como é um de Hemingway. As virtudes de cada um devem ser discutidas à parte.

De qualquer forma, a dicotomia existe. Assim é fixada, assim a maioria acredita.

Curiosamente, o Oscar tem seus momentos de excentricidade. A vitória de Eminem por melhor canção original é um deles. Colocar Cisne Negro (black swan) e Toy Story 3 (idem) competindo na mesma categoria é outro.

Em Cannes o fenômeno é mais frequente.

Holy Motors (ainda sem título em português) apresenta a cantora pop australiana Kylie Minogue em um papel essencial. É um fato no mínimo curioso.

Mas assim como Lars Von Trier havia feito com Björk em Dançando no Escuro (dancer in the dark), o diretor Leos Carax parece apostar em um talento oculto para despertar uma grande atuação em um cenário surpreendente.

Situado em Paris e utilizando uma estrutura onírica, Holy Motors foi o filme mais aplaudido até o presente momento.

Desta forma, pode seguir os passos de Dançando no Escuro que, na ocasião, venceu o prêmio principal e também o de melhor atriz graças à atuação surpreendente da cantora Björk.

O final do Festival ocorre no próximo Domingo, dia 27 de Maio.

Um dos concorrentes é On the Road (idem) de Walter Salles, título comentado em uma coluna anterior.

Na próxima Segunda-feira farei uma publicação com todos os vencedores.

Aguardem.  


23 de maio de 2012

THE MASTER - TEASER


Eu sou um fã ardoroso de Paul Thomas Anderson. Em minha opinião, Sangue Negro (there will be blood) é a grande obra-prima norte-americana da primeira década deste novo milênio. Para tudo há um preço. Anderson costuma aguardar longos intervalos entre um filme e outro. Desta vez, são cinco anos.

Eu havia comentado anteriormente sobre seu novo longa-metragem The Master (ainda sem título em português) que deveria ter sua estréia em 2012. Pois bem. A data foi definida para 12 de Outubro nos EUA (no Brasil ainda não há uma previsão) e um teaser foi disponibilizado.

O tom, assim como em Sangue Negro, parece ser de origem trágica. As imagens mostram pouco, mas dizem muito nas entrelinhas. A trilha sonora, novamente composta por Jonny Greenwood (guitarrista do Radiohead), intensifica a expectativa. Apesar da ausência de informações, existe um curioso nível de tensão crescente.

O elenco impressiona: Joaquin Phoenix (afinal de volta às telas), Amy Adams, Philip Seymour Hoffman e Laura Dern, apenas para citar alguns.

Abaixo deixo disponibilizado o link para o teaser.

Divirtam-se.



22 de maio de 2012

TRAGÉDIA/COMÉDIA


“Talvez eu não seja apenas o vizinho ao lado”.

Está é a frase estampada na capa da primeira temporada de Dexter (idem). Quem conhece o personagem, sabe que o subtexto chega a ser quase cômico.

O quê significa tragédia?

Não são as notícias do Jornal Nacional. Obviamente, associamos diretamente a palavra tragédia e desgraça. É um erro comum.

As manchetes televisivas identificam um lado bom e um lado ruim. O bandido é o mal, a vítima é o bem. O bandido é preso, os mocinhos triunfam, a justiça é feita, o mundo faz sentido. Apenas para citar um exemplo simples.

Imaginem se um repórter cobre um crime tenebroso e diz ao final da reportagem: “Um ato inumano. No entanto, sob determinadas circunstâncias, qualquer um poderia fazer o mesmo”.

Poderíamos? Impossível. Ou não?

Este mal estar é o verdadeiro resultado da tragédia. Não a repulsa à violência gratuita, mas cogitar a possibilidade de que o caos é quem reina na natureza.

Passamos nossa vida em busca do cosmos. De um sentido. O além-vida poderia ser esta razão. Existe algo que dá continuidade a uma existência muitas vezes questionada.

A tragédia caminha na direção oposta.

Não há cosmos, apenas caos.

Apenas uma aleatoriedade. Forças incompreensíveis capazes de criar e destruir. Não há conclusão. Abre-se um abismo sem saída e os personagens mergulham em sua própria danação.

Pode parecer trágico. E é. Estes personagens estão além do bem e do mal. Reinam em um universo que consome a si próprio. Não é por acaso que obras do gênero, em sua maioria, terminam na mais pura desgraça.

Agora é necessário pensar: e a comédia? A comédia é engraçada. Faz-nos rir. Talvez. Mas gosto da frase de Chaplin: “Vista de perto, a vida é tragédia. Vista de longe, é comédia”.

Chaplin tinha razão. Os personagens da boa comédia vivem todas as dificuldades possíveis, são torturados pelo mundo, humilhados pela rotina, destruídos por sua auto-estima. Mas e daí? Ninguém disse que seria fácil. E se não há uma recompensa, termino com uma frase de Woody Allen em Hannah e suas Irmãs (Hannah and her sisters): “Talvez nossa esperança seja um mero fiapo. Algo fino demais para se sustentar. Mas devemos agarrar com força, afinal, mesmo que nossa passagem seja única, a vida não é tão aborrecida assim”.

Certamente que não.


21 de maio de 2012

OS VINGADORES - TERCEIRA SEMANA


Mesmo com a estréia de O Ditador (the dictator), citado aqui na série Summer Movie Guide, e de Battleship – A Batalha dos Mares (Battleship), Os Vingadores (the avengers) mantém-se no topo da lista dos filmes mais assistidos. Com relativa folga, diga-se de passagem.

O sucesso da Marvel já é a quarta maior bilheteria de todos os tempos e ruma a passos largos para assumir a terceira posição.

No alto, duas obras de James Cameron: Avatar (idem) e Titanic (idem).

É curioso notar que estes dois títulos estão muito à frente dos demais.

Titanic soma mais de 1,8 bilhão de dólares e Avatar 2,7 bilhões.

Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 (Harry Potter and the deathly hollows – part 2), próxima meta de Os Vingadores (the avengers), rendeu pouco mais de 1,3 bilhão.

Não deixa de ser um feito extraordinário.

Mas existe algo de místico nos números de Cameron. Quando Titanic chegou a tal marca, nenhum filme havia alcançado a cifra do bilhão. Foram treze anos de espera até que (ele próprio) a superasse e alcançasse o dígito dois.

É difícil saber se existem elementos que, somados, resultam em um grande sucesso. Diretores como Steven Spielberg e Robert Zemeckis alternam triunfos e alguns fracassos. O resultado de um filme é uma incógnita. Afinal, em sua pré-produção tudo pode correr de forma positiva. Quando lançado, no entanto (quase sempre dois anos depois de seu início) o mundo está muito diferente, muita coisa mudou. A previsão vai por água abaixo.

O fato é que Cameron parece ter um ás debaixo da manga.

Resta saber até quando ele o manterá escondido.


16 de maio de 2012

SUMMER MOVIE GUIDE 3


ABRAHAM LINCOLN – CAÇADOR DE VAMPIROS


Dirigido por Timur Bekmambetov, responsável por O Procurado (wanted) e conhecido por utilizar um efeito visual diferente para cada take, a história de Abraham Lincoln – Caçador de Vampiros (Abraham Lincoln – vampire hunter) é tão esquizofrênica quanto as técnicas de seu realizador. Baseada na novela de Seth Grahaeme-Smith, a trama é bastante simples: ao assumir a presidência dos EUA, Abraham Lincoln toma como sua maior missão exterminar todos os vampiros. Admito que estou curioso para saber o resultado.

Trailer oficial.

O ESPETACULAR HOMEM-ARANHA


Eu escrevi sobre este título algumas colunas atrás. Aparentemente os estúdios chegaram à conclusão de que a versão demasiadamente colorida e infame de Sam Raimi sobre o Homem-Aranha tornou-se quase infantil após o surgimento de O Cavaleiro das Trevas (the dark knight). Então por que tentar corrigir algo que já nasceu errado? É hora de começar tudo de novo. O Espetacular Homem-Aranha (the amazing Spider-Man) tem essa função: narrar a origem (já conhecida por todos) do herói. Assistindo ao trailer, notei somente duas diferenças: um clima mais sombrio e um vilão inédito (pelo menos no cinema). De resto, parece mais do mesmo.

Trailer oficial.

O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE


O melhor sempre fica para o final. E eu realmente espero que as expectativas sejam supridas. O roteirista e diretor Christopher Nolan correu um grande risco assumindo este projeto. Se fracassar, não será necessariamente sua ruína, mas pode significar um golpe impiedoso contra seu ego. Se triunfar, não há limites. O Cavaleiro das Trevas (the dark knight) foi surpreendente, muito pelo pioneirismo no gênero. Mas Hollywood aprende rápido. Este ano, Os Vingadores (the avengers) mostra-se um oponente poderoso. É aguardar pelo assalto final.

Trailer oficial.

Finalizo minhas dicas para a coleção cinematográfica “outono/inverno” tendo estes nove títulos como destaque. Existem diversos outros, mas os deixo para o futuro como forma de crônica ou coluna. Ou quem sabe uma nova lista?

Programem-se e aguardem.


15 de maio de 2012

SUMMER MOVIE GUIDE 2


O DITADOR


Quando Sacha Baron Cohen invadiu os cinemas de todo o mundo com Borat – o Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América (Borat – cultural learnings of America for make benefit glorious nation of Kazakhstan) parecia que um novo filão havia sido descoberto. A idéia de mockumentary (falso documentário) não é nenhuma novidade. Filmes como Zelig (idem) e Isso é Spinal Tap (this is Spinal Tap) abordaram o gênero décadas atrás e tornaram-se referência. Mas Borat trazia uma pitada de originalidade e destacava as qualidades de Cohen como humorista. Seu projeto seguinte Bruno (idem), no entanto, naufragou. Ele retorna com uma nova tentativa em O Ditador (the dictator). Resta saber quantas piadas ainda existem sobre regimes opressivos e se elas são suficientes para valer um filme. Saberemos a partir de 13 de Julho.

Trailer oficial.

MADAGASCAR 3


Apesar de contar com Ben Stiller e Chris Rock como protagonistas (no caso, suas vozes), Madagascar (idem) não é uma série que goza de grande popularidade. Pelo menos se comparada a Toy Story (idem), A Era do Gelo (ice age) ou Kung Fu Panda (idem). Mesmo assim, ganha um terceiro episódio que deve estrear no dia 7 de Julho. Aparentemente, a temática agora mescla comédia (praticamente obrigatória quando se trata de filmes infantis) e ação. Nada de novo, a não ser pelo fato de que o tom do filme segue na linha da espionagem. Tramas complexas não costumam agradar, prova recente dada por Carros 2 (cars 2). Tramas rasas e repetitivas também são frágeis, as crianças (e os pais presentes) estão cada vez mais exigentes. A fuga de seu estilo, no entanto, pode resultar em algo novo e talvez melhor, o que seria bastante positivo. A tarefa difícil é sempre a de superar as expectativas. O trailer, no entanto, não as eleva a níveis preocupantes.

Trailer oficial.

A ERA DO GELO 4


De início pouco promissor, A era do gelo (ice age) tornou-se uma franquia de extremo sucesso quando o brasileiro Carlos Saldanha assumiu o cargo de diretor principal. Em especial seu terceiro episódio que é hoje a terceira animação mais assistida de todos os tempos. Mesmo não contando com Saldanha, esta nova epopéia (parece que a cada filme as catástrofes tornam-se mais exageradas e engraçadas) A Era do gelo 4 (ice age – continental drift) deve ser um dos grandes candidatos à maior bilheteria infantil do ano. Digo infantil, pois parece impossível superar Os Vingadores (the avengers) e O Cavaleiro das Trevas Ressurge (the dark knight rises) que deve, também, chegar à marca de 1 bilhão de dólares.

Trailer oficial.

Vou dar continuidade a esta lista, aguardem.


14 de maio de 2012

SUMMER MOVIE GUIDE


O site www.imdb.com (uma de minhas principais fontes de pesquisa) costuma montar um link chamado summer movie guide. Trata-se, obviamente, de um guia para os lançamentos do verão.

Nos EUA esta é a época (final de Maio, início de Junho) em que se iniciam as férias de verão. A cada final de semana as distribuidoras agendam-se para os lançamentos de suas super produções. Os gêneros: infantil, comédia e ação são os mais recorrentes.

Decidi embarcar na idéia e tentar prever o que de melhor está por vir. É mais um guia outono/inverno para nós, mas funciona.

Divirtam-se.

HOMENS DE PRETO III


Após um hiato de 10 anos o diretor Barry Sonnenfeld decide aproveitar a onda nostálgica que invadiu Hollywood nestes últimos anos e montar uma trilogia (outro conceito em alta nos lados de lá) com o maior sucesso financeiro de sua carreira. Apesar de Homens de Preto II (men in black II) não ter recebido o impacto positivo de seu predecessor, foi rentável o suficiente para merecer uma continuação. E ela finalmente saiu do papel com data de estréia para 25 de Maio. A novidade é a inclusão de Josh Brolin que interpreta a juventude do agente K, imortalizado por Tommy Lee Jones.

Abaixo deixo o link do trailer oficial.

VALENTE


Heroínas, reinos mágicos, conflitos internos sobre liberdade e encontrar seu próprio caminho... É. Nada de novo neste aspecto. No entanto, a assinatura da animação é feita pela Pixar, o que eleva as expectativas, mesmo que sua última obra Carros 2 (cars 2) não tenha sido um grande êxito. Pelo trailer é possível perceber que se trata de uma obra extremamente bem-humorado e repleta de personagens excêntricos. Além, é claro, de uma qualidade visual bastante impressionante. Mas como sabemos: o trailer é um filme a parte. Podemos ser enganados. Creio, no entanto, que devemos um voto de confiança para os criadores de Toy Story (idem).

Trailer oficial.

MOONRISE KINGDOM


Não é todo mundo que gosta de Wes Anderson (na verdade são bem poucos). Mas existe um grupo de seguidores fiéis, aqueles que conseguem mantê-lo filmando, mesmo que seu filmes, normalmente, dêem pouco ou quase nenhum lucro para os respectivos investidores. Seu único sucesso Os Excêntricos Tenenbaums (the royal Tenenbaums) ganhou fama muito pela estranheza, pouco por suas reais qualidades. O fato é que, como pode ser visto em O Fantástico Sr. Raposo (fantastic Mr. Fox), o realizador tem uma linguagem bastante pessoal e original. Em momentos onde o cinema está cada vez mais parecido, uma visão contorcida é sempre bem vinda. O filme ainda não tem título em português.

Trailer oficial.

Ainda esta semana darei continuidade à lista.


13 de maio de 2012

OS VINGADORES - SEGUNDA SEMANA


Os Vingadores (the avengers) continua quebrando recordes. Mesmo tendo obtido menos de 50% de renda em relação ao seu final de semana de estréia (lembrando que a maioria perde mais de 60% de público neste período), fez o suficiente para ultrapassar a marca de 100 milhões de dólares e tornar-se o número 1 no quesito.

Em apenas dez dias, atingiu 848 milhões de dólares mundo afora e adentra a seleta lista dos 30 filmes mais rentáveis de todos os tempos.

Obviamente, hoje os ingressos são mais caros que 20, 30 ou 40 anos atrás e o advento do 3D os inflaciona ainda mais. Talvez O Poderoso Chefão (the godfather), primeiro a ultrapassar a marca dos 100 milhões, em valores atuais pudesse até tornar-se páreo. No entanto, convenhamos que são números louváveis.

Provavelmente até o próximo final de semana a marca de 1 bilhão terá sido superada fazendo dele o décimo primeiro a alcançar tal feito.

Outro fato que impressiona é o entusiasmo dos críticos diante de um filme de super-heróis.

Talvez o gênero esteja evoluindo, afinal.

10 de maio de 2012

AMOR SEM ESCALAS


Ryan Bingham (George Clooney) tem um trabalho atípico: é contratado por empresas para demitir seus funcionários. Ele é um intermediário, uma pessoa que evita problemas que seriam endereçados aos chefes ou a outros colegas de trabalho. Na verdade, é uma espécie de segurança para essas empresas. Como diz a frase inicial: “Quando demitidas, pessoas são capazes de cometer os piores atos de loucura”. Bingham atravessa o país cumprindo sua função. Evita vínculos pessoais e procura passar a maior parte de sua vida longe de casa, justamente para abster-se contatos ou estender relacionamentos. Sua única meta, seu único objetivo, é chegar à incrível marca de 10 milhões de milhas voadas. O prêmio pelo prêmio, nada mais.

Esta é a espinha dorsal de Amor Sem Escalas (up in the air).

Outro dia escutei uma crítica bastante negativa (e incorreta) sobre o filme. Sem nenhuma razão lógica, decidi refletir um pouco sobre seu verdadeiro significado. E não existe forma melhor de falar consigo mesmo que organizando suas idéias em um texto.

Bingham é um homem que, obsessivamente, procura o controle total de sua vida. Suas palavras, suas ações, suas refeições; cada um de seus movimentos é premeditado. Como se ele estivesse a estudar sua própria existência da maneira mais racional possível.

Curiosamente, seu trabalho é um conflito interno, ainda que inconsciente: ele demite pessoas. Ou seja, ele vive de desestabilizar vidas. De desorganizar rotinas. De destruir sonhos. Ele tira de outros o controle de suas vidas. Uma contradição irônica, mas que vai se mostrar bastante pertinente no futuro.

Em uma de suas muitas viagens, conhece Alex Goran (Vera Farmiga). A princípio tudo não passa de uma noite de sexo casual, mas ele sente-se emocionalmente ligado a ela. Há uma sintonia diferenciada. Dentro de suas rotinas (ela é aeromoça e também passa a maior parte do tempo viajando) os dois encontram-se periodicamente, entre escalas. Daí o título do filme em português. Uma tradução incorreta, mas bastante coerente com a proposta.

Subitamente, ele vê-se apaixonado. Decide correr um risco em sua vida regrada e controlada: é hora de iniciar um relacionamento. Ruma até a casa de Alex para lhe fazer uma surpresa. É quando descobre que ela é casada e tem filhos.

Este golpe impactante não se resume apenas a uma decepção amorosa. Ele vai além.

Este é o momento onde Bingham percebe que o controle que ele supunha ter é, na verdade, uma ilusão. Uma ilusão que nós, humanos, costumamos alimentar.

Não existe controle. O que existe é uma realidade aleatória que simplesmente ocorre independente de nossos planos.

O momento em que ele decide entrar em um relacionamento deveria ser um momento de reflexão. Não existe opção. Nós não decidimos iniciar um relacionamento. Ele inicia-se internamente, além de nosso controle. Nós podemos, obviamente, decidir não levá-lo adiante. Mas deixaríamos uma parte de nós mesmos no caminho. Pois o sentimento mora em nossa alma, não no contato físico.

Esta decepção, no entanto, transforma a vida do protagonista.

Ao término, ele está sentado em um avião quando descobre, por uma mensagem do piloto, que chegou à tão sonhada marca de 10 milhões de milhas. O piloto sai da cabine, senta-se ao seu lado e pergunta como ele se sente. Ryan responde: “eu tinha um discurso pronto para este dia. Infelizmente não me recordo”.

Pela primeira vez, o homem que antecipava os movimentos sentiu a enormidade de seu vazio. Não resta nada a dizer.

Ao contrário do romance clássico que narra a história de um homem (mulher) que vive uma decepção amorosa e perde a fé, mas futuramente volta a se arriscar, Clooney não interpreta o herói do coração partido. Ele segue o rumo contrário. Sua vida o leva à decepção pois é sinônimo de solidão. A verdadeira felicidade é a felicidade compartilhada, frase marcante de Na Natureza Selvagem (into the wild). O romântico enfrenta a dor da perda para seguir em frente, pois a vida sem amor, a vida sem riscos, não vale a pena.

Sua covardia abre um abismo debaixo dos seus pés. Ele recua.

Ao final, surgem algumas imagens de funcionários demitidos citando alguns aspectos positivos de seu estado atual. A vida continua.

Bingham, diante de sua racionalidade, talvez esteja condenado.

Algum grande escritor, cujo nome não me recordo, disse a seguinte frase: “O louco não é aquele que perdeu a razão. O louco é aquele para o qual sobrou somente a razão”.

Talvez este seja o tema, afinal.