28 de abril de 2012

OS VINGADORES



A Marvel é uma marca poderosa no mundo do cinema. A trilogia X-Men (idem) e o filme de estréia do Motoqueiro Fantasma (ghost rider), por exemplo, tiveram bilheterias magníficas. A também trilogia Homem-Aranha (spider-man) deteve, por muito tempo, o maior lucro em um final de semana de estréia. Mesmo personagens menos rentáveis como Demolidor: o Homem Sem Medo (Daredevil) ou os que compõem o Quarteto Fantástico (fantastic four) tiveram uma boa parcela de lucro.

Vou trabalhar agora com uma dedução pessoal. Por volta de 2004, quando o projeto Homem de Ferro (iron man) estava em seu início, imagino que muitos passaram a visualizar a possibilidade de adaptar Os Vingadores (the avengers) para as telas. Até onde ia essa pretensão, fica difícil de conceber. No entanto, o fato de uma nova versão de O Incrível Hulk (the incredible Hulk) ter sido iniciada em paralelo, a princípio para apagar a descaracterização feita anteriormente por Ang Lee, não me parece coincidência.

Nick Fury, comandante da S.H.I.E.L.D foi introduzido. A conexão entre Tony Stark e Bruce Banner também. Em Homem de Ferro 2 (iron man 2) tivemos o primeiro contato com a personagem Viúva Negra (Black Widow). Neste momento, a sequência de fatos já parecia bastante óbvia.

Então vieram Thor (idem) e Capitão América: o Primeiro Vingador (Captain America: the first avenger). Nada poderia ser mais claro que o subtítulo O Primeiro Vingador.

Bastou aguardar.

Para quem não sabe, Os Vingadores foi uma resposta da Marvel para a Liga da Justiça, criada pelo selo DC em meados dos anos 40. A DC, que compõe um universo de super-heróis tais como Batman, Super-Homem, Lanterna Verde, entre outros, sempre foi rival da Marvel e de sua legião pessoal.

Uma competição saudável entre roteiristas, desenhistas e criadores. Stan Lee e Jack Kirby, no entanto, foram definitivos para que a Marvel saísse quase sempre à frente.

Nos cinemas não é diferente.

Com exceção ao Batman de Christopher Nolan e um longínquo filme de estréia do Super-Homem, a DC sempre esteve à sombra da Marvel. O fracasso do recente Lanterna Verde (Green Lantern) somente comprova esta afirmação.

Mas vamos aos fatos.

A expectativa foi maior que o resultado final. Apesar da votação dos internautas ter resultado em uma nota média impressionante de 8.9/10 (http://www.imdb.com/title/tt0848228/) e dos jornais terem colocado três estrelas, o filme é apenas bom. Resultado que eu considero extremamente positivo, considerando a incompatibilidade de alguns personagens para os dias de hoje.

De início, uma modificação e uma introdução: Mark Ruffalo assume o papel de Bruce Banner (Hulk) e Jeremy Renner interpreta o Falcão (Hawkeye), que não é conhecido o suficiente para fazer valer um filme solo. Para quem não tem contato com os quadrinhos, ele é um dos heróis.

O roteiro é bastante bem feito, devo dizer. O esquema é conhecido, mas a integração da trama, narrativa e personagens funciona e não deixa furos, o que é importante neste caso. Tudo funciona de forma lógica e compreensível e o espectador recebe as informações e as conexões no tempo certo. Em um ritmo constante para os fãs e bem centralizado para os passageiros de primeira viagem. Alguns itens são repetidos ao longo do filme para que sejam mais bem fixados. Além de tudo, muito do humor funciona. Os clichês estão presentes. Aparentemente eles tornaram-se obrigatórios. Uma pena, mas acreditem: são poucos e rápidos, para nossa sorte.

A direção de Joss Whedon é segura. A câmera sempre se posiciona em um local onde a ação torna-se clara e visualmente privilegiada. Muitos diretores, como Michael Bay, teimam em manter a ação frenética e confusa. Não é o caso. Mesmo em momentos onde ocorrem diversos tiros, lutas corporais, explosões e dezenas de personagens em cena, tudo fica visível e distinguível. É uma tarefa bastante complicada e os méritos merecem ser destacados. A direção dos atores e das cenas onde o predomínio está ligado aos diálogos também tem seu charme. A química está presente, principalmente entre Mark Ruffalo, Robert Downey Jr. e Jeremy Renner.

Mas o que vale aqui é ação e adrenalina. E por isso, gostei de ter ido ao cinema ao invés de aguardar o lançamento em Blu-Ray.

Os efeitos sonoros são extraordinários. É impressionante como uma sonoplastia e uma mixagem de som do porte aqui tratadas complementam e intensificam uma sequência. Visualmente, o filme é todo muito bem feito, mas gostaria de destacar um momento em particular: a luta entre Thor e Homem de Ferro. Golpes desferidos por personagens com este poderio físico ou tecnológico precisam de um exagero que muitas vezes não consegue ser bem refletido nas telas. Falta ritmo, entrosamento, os efeitos não sustentam determinadas ações dos personagens. Aqui, no entanto, tudo ocorre de forma perfeita. Acho que esta palavra define bem. É de uma magnitude admirável.

Infelizmente vi a tudo em 3D, mas ao término da sessão digo que não me arrependi.

Os óculos são sacais, mas a tecnologia é muito bem explorada e cria um ambiente de vastidão ainda maior, o que é bastante positivo para uma aventura deste porte.

Possivelmente eu nunca mais verei este filme. Como não revi tantos outros bons filmes de ação em minha vida.

Mas digo uma coisa: cinema não se resume apenas a conteúdo ou a um mero artifício de reflexão. É também a vontade de adentrar um universo próprio onde as regras que conhecemos muitas vezes não se aplicam.

Neste quesito, Os Vingadores triunfa.

Assistam com olhos de criança.





25 de abril de 2012

O PALHAÇO



Um homem acorda certo dia de manhã e percebe que sua vida está incompleta. É uma revelação avassaladora, afinal, estamos diante de uma pessoa infeliz. Infeliz e consciente, o que agrava sua condição. Ele não tem esposa ou filhos. Sente um enorme vazio. Estaria insatisfeito com sua profissão? Com suas decisões?

Esta é a espinha dorsal de O Palhaço (idem), a poética e mais recente obra de Selton Mello. Poderíamos estar à frente de um advogado, de um médico, de um policial. Mas trata-se de um palhaço, um homem cujo objetivo e provocar risadas e distribuir alegria.

O quê o aflige? Sua profissão? A maneira como ele a exerce? A estranheza de sua vida pessoal? O conflito entre a alegria do público e a tristeza da solidão?

Embarcamos em um ensaio sobre os conflitos internos de um personagem, que poderia simbolizar eu ou você, em uma jornada por pequenas cidades escondidas no mapa. Pequenas a ponto de a chegada de um circo ser motivo de celebração por parte das crianças. Pequenas a ponto de criar uma conexão entre a esperança e o alívio diante de uma população acostumada à rotina e distante das engrenagens de um mundo moderno e por muitas vezes corrompido.

A fotografia adquire um ar nostálgico que se assemelha à estranheza deste palhaço que, por condição pessoal, não consegue esboçar um sorriso fora das tendas. Nem mesmo de alívio.

Às vezes precisamos dar uma volta completa em torno de nós mesmos para descobrir onde estamos ou de onde viemos.

Os mambembes, em sua eterna e ininterrupta viagem, conflitam com a artificialidade que Mello dá a Valdemar (o palhaço) nesta primeira instância. Ele destoa do grupo. Mas o que parece falta de caracterização torna-se uma espécie de imposição à realidade vivida, como a do personagem de Peter Sellers em Muito Além do Jardim (being there). O trabalho de integração surge de dentro para fora. É brusco, mas sutil. A realidade abrange e junto com ela a espontaneidade que, afinal, rege praticamente toda forma de comédia. O vazio é preenchido, ou compreendido. O mundo das coisas desaparece dando lugar ao universo das sensações.

Ao final, nenhuma profissão ou talento revelam-se completas quando dissonantes com aquilo que nos define por essência: nós mesmos. Qualquer ação que tomamos define, por si, uma extensão de nossos desejos. O ser humano não é movido pela razão, é movido pela vontade.

Quando Valdemar encontra este equilíbrio, percebe que sua tristeza provia do fato de que a beleza de fazer o público sorrir de nada vale quando não conseguimos alcançar este mesmo feito perante as pessoas que nós amamos. Que simbolizam, afinal, o que construímos e o que somos.

Para nossa sorte, Selton Mello alcança o mesmo objetivo como artista.

Só para finalizar. Lembram-se da música do Soundgarden comentada algumas colunas atrás? Live To Rise? Abaixo deixo o link da versão na íntegra, como prometido.

http://www.youtube.com/watch?v=9318WhMQr18

24 de abril de 2012

ACOSSADO



Hoje de manhã minha esposa virou-se para mim e disse: “Ficou boa sua coluna, mas você não falou nada sobre o filme” “Quê filme?” indaguei, e ela “Ora! O tal do Acossado...” e ela tinha razão. Para falar de forma e conteúdo, nada mais óbvio que citar Jean-Luc Godard, mas realmente eu me esqueci de criar uma conexão com o assunto tratado.

Erro que eu pretendo corrigir agora.

Analisar a obra de estréia deste polêmico e controverso realizador francês é uma epopéia árdua. Para fazer um paralelo, seria o mesmo que dar diversos blocos de Lego para Oscar Niemeyer e dizer: “Esqueça as leis da física ou a lógica matemática. Faça o que quiser, a gente dá um jeito de construir”. É isso. Godard parece uma criança em um playground.

Recebeu financiamento para realizar um filme da maneira como lhe conviesse. E o quê ele queria? Brincar com os dogmas do cinema. Em especial os desenvolvidos por décadas dentro do studio system norte-americano.

A história é um fiapo onde a linguagem abordada irá criar sua lógica de conteúdo. Tudo se passa na França. Um golpista rouba um carro e durante o ato acaba matando um policial. Passa a ser perseguido. Ruma para Paris onde procura um amigo que lhe deve dinheiro. Sua intenção é receber o dinheiro e fugir para Roma. Uma vez na capital francesa, encontra uma norte-americana com quem teve um caso algumas semanas antes e tenta convencê-la a partir para a Itália com ele.

Pois bem, o festival da ironia e do sarcasmo tem início.

Primeiro, a dupla de protagonistas. A arrogância européia, por serem considerados o berço da civilização ocidental e a base de todas as formas de arte, sucumbe. Michel Poiccard, o golpista francês, é um estúpido e iletrado vagabundo que passa a maior parte do tempo disparando asneiras e frases desconexas. Patricia Franchini, a moça norte-americana, é uma rebelde feminista, idealista, fã da literatura clássica que procura sua independência financeira escrevendo artigos relevantes para grandes veículos de comunicação. Em um curioso momento ela pergunta se ele conhece Faulkner e sua resposta é “Por quê? Você já dormiu com ele?”

Mas Godard vai além.

A abordagem, a forma, a quebra da estética visual é a parte mais importante.

Existe uma curiosa regra clássica no cinema norte-americano que a ordem de comando é a continuidade. De um corte para o outro, o cigarro deve permanecer do mesmo tamanho e a quantidade de bebida em um copo também. Pois bem. Ocorrem longos lapsos de tempo (um corte, aqui, pode significar 10, 20, 90 minutos) e o cigarro mantém-se do mesmo tamanho. Em uma hora e meia de filme, Michel fuma dez, talvez doze cigarros em sequência. O filme, no entanto, não passa em tempo real, percorre, pelo menos, três dias e duas noites. Ou seja, ele acende um cigarro de manhã, cortamos para o final da tarde e o cigarro mantêm seu tamanho. A brincadeira se estende para os campos do clímax e da tensão. Após quase vinte minutos de conversa sobre uma suposta noite de sexo, imagina-se que o filme fará a introdução necessária quando os dois amantes, afinal, consumarem o ato. Pois bem, entre um diálogo e outro, ocorre um corte brusco e ele diz: “Foi bom pra você?” Feito. Os dois, afinal, consumaram. Nós só não fomos informados nem quando e nem como.

O momento em que Michel assassina o policial é particularmente cômico. Mal dá para entender a sequência dos atos. A ação anti-dramática é feita de tal forma que impossibilita a interpretação da construção narrativa e em que momento algo de real importância ocorre. A trilha sonora intensifica o jogo. Michel compra um jornal e uma trilha impetuosa, agressiva, estridente surge. Mas não há uma razão sequer em cena que peça qualquer referência deste porte. Afinal, não está acontecendo absolutamente nada.

Poderíamos passar horas identificando cada sequência, cada corte, cada pincelada.

Talvez o filme não seja tão interessante para o público que não procura rebeldia narrativa, mas apenas uma boa história. A observação surge do fato de que, após o sucesso de Acossado (à bout de souffle), Godard continuou sua saga à procura de novas linguagens e de regras a serem ignoradas. Sua espontaneidade, no entanto, possivelmente nunca foi a mesma. Existe um grupo de artistas, seja no mundo do cinema, da música, ou onde for, que alcança seu esplendor no início. Posteriormente ele correu diversos riscos, mas a aceitação do público certamente deixou uma voz ao fundo lhe dando novas indicações.

Em um momento sublime, Patricia faz uma pergunta a um escritor durante uma coletiva de imprensa: "Qual seria sua maior realização em vida?" Ele responde: "Me tornar imortal e então morrer".

Esta frase diz tudo.

23 de abril de 2012

FORMA E CONTEÚDO



Ontem eu estava assistindo a Acossado (à bout de souffle) de Jean-Luc Godard. É curioso. Vivemos em uma época de extremos. Procura-se pela forma ou pelo conteúdo, nunca pelo equilíbrio entre estes dois elementos.

Talvez este fenômeno esteja ocorrendo há décadas e minha divagação seja inexpressiva, mas como o senso de percepção funciona de maneira incompreensível, gostaria de abordar este tema.

A forma não sobrevive sem o conteúdo e o contrário também é verdadeiro. Vamos analisar um exemplo simples: Amy Winehouse. Sua vida recente foi abordada de forma bastante clara, uma espécie de Big Brother trágico (termo que eu li na Folha de S. Paulo e se adéqua bem ao caso) cujo final, apesar de ter causado comoção e surpresa, sempre foi bastante óbvio. Forma, abordagem, sensacionalismo. Uma idéia bastante clara.

Falta conteúdo. Drogas, festas, polêmicas e comportamento inadequado em público... Situações bastante insignificantes e irrelevantes, se partirmos do princípio humano. No caso, a falta de conteúdo maior veio do público.

Após sua morte, praticamente todas as emissoras fizeram seu especial. Ali o conteúdo transbordava. A diva que fez renascer um gênero abandonado, deixado às traças por diversas gerações. Sua voz, seu desempenho, sua importância em meio ao mundo artístico, sua conexão com o público, sua luta pessoal. E a forma? Imagens de arquivo, linguagem nostálgica, emotiva. Uma espécie de documentário sobre superação mesclado a uma palestra de auto-ajuda. Convenhamos: papo pra boi dormir, como diriam os mais velhos.

Esta falta de conexão entre forma e conteúdo torna a arte estritamente artificial. Obviamente, um filme é artificial. Película, câmeras, cenários... Tudo construído, nada provido. Mas a conexão com o público a torna verdadeira. Pelo menos, em sua essência.

Vivemos nós em um mundo onde forma e conteúdo devem permanecer separados? Nosso cinismo chegou a este nível? Ou vivemos em um mundo onde nossa ótica perdeu-se em meio a este emaranhado de imagens insignificantes que definem nossas vidas?

Se o problema surgiu por meio da ignorância e da preguiça, menos mal. É contornável.

Se tornou-se nossa alternativa pela simples razão de que é assim que querem os profissionais e é assim que quer a audiência, o problema intensifica-se. Como diria Sidney Lumet referindo-se a seu Rede de Intrigas (network): “A televisão não corrompe as pessoas. Pessoas corrompem pessoas”.

Certo ou errado, eu temo por, diante disto tudo, não saber exatamente de que lado se encontra a verdade.

Se é que ela ainda existe ou, ao menos, é relevante.

19 de abril de 2012

A ARTE DE CONTAR HISTORIAS



O quê significa exatamente contar uma história? Em sua essência, na simplicidade de seu significado? Desde o berço do teatro na Grécia Antiga, o contador de histórias tinha uma função artística, mas também social. Não existia (não levem em conta a obviedade das próximas palavras) rádio, cinema, televisão e o acesso à leitura era bastante restrito, lembrando que grande parte da civilização era analfabeta. Os contadores de história, então, surgiam para preservar o mito. Elucidar e levantar questões presentes no contexto da civilização e também no individual da natureza humana. Esses mitos continham elementos, símbolos, signos, arquétipos, uma representatividade inerente que tornavam fatos corriqueiros em grandes epopéias, suprindo o tédio do dia-a-dia e sendo plantado no inconsciente coletivo.

Essas histórias se preservaram até hoje. Basicamente, todos os temas tratados em qualquer texto, romance ou roteiros cinematográficos, têm sua origem dramática lá atrás. Séculos antes de Cristo.

Ir ao cinema é procurar uma história.

O espectador espera uma conexão com determinada situação, personagem, dilema, e essencialmente uma solução para tal. Seja boa, seja ruim. Neste aspecto, o escritor é uma espécie de Deus em um universo onde as regras são estabelecidas dentro de si. Tudo por ser feito, tudo pode ser criado. Viagens interestelares, dinossauros e seres humanos lado a lado, máquinas futuristas, regras de física, química, matemática, biologia... Tudo pode ser quebrado e reescrito, mas uma vez definidos, não podem ser ignorados.

Se o público passa a maior parte do tempo pensando ao invés de se envolver com o enredo, a barreira da magia é quebrada e o encanto perde seu efeito.

Por mais simples que possa parecer, a arte de contar histórias depende de um talento raro.

Abaixo deixo o link de uma palestra de Andrew Stanton. Sim, ele é o diretor do fracasso John Carter - entre dois mundos (John Carter), mas é também um dos gênios criadores da Pixar e responsável por histórias brilhantes como Toy Story (idem), Procurando Nemo (finding Nemo) e Wall-e (idem).

A palestra tem menos de 20 minutos e é uma aula de narrativa. Neste tempo, ele basicamente define o que significa contar uma história. Algumas pessoas levam a vida tentando explicar esta arte.

Como eu disse anteriormente, um talento raro.

A palestra falará por si.

Divirtam-se.













17 de abril de 2012

O LORAX



Recentemente levei meu filho para assistir O Lorax: em Busca da Trúfula Perdida (Dr. Seuss’ the Lorax). Estava animado. Havia lido que o filme reunia a mesma trupe responsável por Meu Malvado Favorito (despicable me) o qual eu, particularmente, considero excelente. Outro atenuante aumentava minhas expectativas: era o primeiro filme 3D do meu filho. Experiências simples são incrivelmente elevadas a números inimagináveis quando o pimpolho (ou pimpolha) está ao nosso lado. É uma surpresa a cada instante.

Terminada a sessão, ele olha para mim e diz: “Pai, esse filme é meio chatinho, né?”

Crianças adoram receber o aval de seus pais antes de formarem uma opinião final. No fundo, o que ele estava dizendo era: “Pôxa, pai. Que porcaria de filme você me levou para assistir.”

Ele tem apenas cinco anos e, acreditem, é bastante tolerante. Assiste a quase todos os desenhos do Discovery Kids. Tem o repertório pequeno, obviamente, mas adora filmes. Em especial as animações. É fã de Toy Story (idem), Bob Esponja (Spongebob: squarepants), Carros (cars), entre tantos outros.

Quando saímos de uma sessão, o fato que mais nos ofende é entender que a obra, no final das contas, é um insulto à nossa inteligência.

Nada pode ser mais frustrante. Nem mesmo um filme ruim.

Sempre que eu toco neste delicado assunto, cito a Pixar como um importante elemento do cinema contemporâneo.

Cria-se um equilíbrio raro na mescla humor infantil e humor adulto em doses tão similares que tornam a experiência familiar de assistir a um filme ainda mais proveitosa.

Existem momentos tão brilhantes que piadas de duplo sentido fazem com que pais e filhos riam juntos. E situações tão bem articuladas que abrangem ambas as idades. O momento em que o Sr. Cabeça de Batata integra suas pernas, braços, olhos, etc a um nacho (eu digo ao meu filho que é uma panqueca) e passa a ser ameaçado por uma pomba é simplesmente hilário, irresistível.

Há ainda a resistência de que as crianças somente acham graça de piadas escatológicas ou de origem pastelão, como um “pum” inusitado ou uma queda ao chão.

Esta resistência segue na vida adulta. A visão de que o público que desfruta da sétima arte apenas como entretenimento não espera por um leve refinamento é errônea. Um ultraje.

Por esta razão, crianças mundo afora olham para seus pais e dizem “Pai, esse filme é meio chatinho, né?” e adultos saem das salas de cinema aborrecidos e citando frases que não devem ser escritas em blogs.

Quando pais e filho mostram-se insatisfeitos, alguma coisa está bem errada.

Mirem-se. A correção é possível e existem diversas referências para isso.

Quem sabe um dia a preguiça do cinema fácil venha a ser curada em definitivo.









16 de abril de 2012

MELANCOLIA



Eu tenho uma teoria que, sem falsa modéstia, funciona muito bem na maior parte das vezes. Ela é simples e direta: se os primeiros cinco minutos de um filme são bons, existem 50% de chances de que ele se desenvolva de forma convincente e de que o desfecho seja aceitável. Se os primeiros cinco minutos são ruins, o filme será ruim.

Simples e eficiente.

Obviamente, existem exceções, como toda regra.

Um dos atenuantes é que ela não funciona muito bem diante de obras-primas.

Em 1998 o crítico de um grande veículo, talvez a Folha de S. Paulo ou o Estadão, eu honestamente não me recordo, escreveu uma frase bastante curiosa referente a O Resgate do Soldado Ryan (saving private Ryan): “Passados os oito minutos iniciais, a minha vontade era a de sair e comprar um novo ingresso, pois aquela introdução valia o preço de um filme por completo”.

E ele tinha razão.

A obra de Steven Spielberg redefiniu a linguagem cinematográfica do gênero e esta sequência inicial é certamente seu momento mais marcante.

Poderíamos dizer o mesmo de Era uma Vez no Oeste (once upon a time in the west), O Jogador (the player), entre outros.

O poder de uma introdução bem feita e de seu impacto sobre a atenção do espectador é muito intenso.

Por isso o título desta coluna recebeu o nome de Melancolia (melancholia).

Para quem quiser uma análise profunda sobre o filme de Lars Von Trier, o colunista da Folha de S. Paulo Luiz Felipe Pondé, para minha sorte meu professor na época da universidade, esmiúça seus detalhes de forma extraordinária. Abaixo vou destacar o link com o texto completo.

Meu foco aqui é a abertura, os oito minutos e meio que iniciam esta belíssima obra e que mostram, de forma contundente, a importância dos parágrafos iniciais sob quaisquer aspectos.

Mesclando diversas formas de arte, algumas modernas e tecnológicas, outras rústicas, distantes do mundo da sétima arte (pelo menos na visão de alguns), associadas a um trabalho sonoro avassalador, o diretor dinamarquês, que admito, não sou grande fã, privilegia o espectador com uma visão única e magnífica do universo a ser tratado. Mais do que isso, praticamente define sua premissa e o tema, um aspecto filosófico da narrativa que será introduzido vagarosamente.

A amplitude é angustiante; daí o título.

Ele é belíssimo por completo, mas esta introdução merece um destaque especial.

Eu sairia e pagaria um novo ingresso para seguir em frente.

E acreditem: seria mais do que justo.  

http://sergyovitro.blogspot.com.br/2011/08/luiz-felipe-ponde-os-infortunios-da.html

15 de abril de 2012

A FORÇA DO 3D


Quando Apocalypse now (idem) foi remontado e recebeu quase uma hora a mais de imagens que, na teoria, teriam sido retiradas na época de seu lançamento pois os estúdios temiam que a produção, repleta de problemas e de estouros no prazo e no orçamento, tornaria o fracasso ainda mais iminente, eu fiquei feliz. É uma das obras mais importantes do cinema e um dos filmes mais significativos no quesito pessoal. A versão recebeu o nome de Apocalypse now redux (idem).

É claro que em 1979, ano de seu lançamento, ninguém poderia prever a dimensão e a força de sua influência geração após geração. O filme foi um sucesso de crítica e público e é considerado um marco, muito por sua impecável qualidade técnica, e também por representar o término de uma era que revolucionou Hollywood e o cinema mundial.

A nova versão lotou salas de mostras mundo afora. Ir ao cinema é uma experiência que se renova a cada sessão, como um show ou uma partida de futebol. Para fãs e aficionados que apenas tinham tido acesso pelo VHS e mais recentemente DVD e Blu-Ray, Apocalypse now redux dava ao mito uma nova forma e criava um universo de descobertas.

Um deleite.

Quando, no entanto, tenho a notícia de que Titanic (idem) está a frequentar a lista dos 10 filmes mais vistos nos cinemas norte americanos, minhas dúvidas e receios teimam em aparecer.

É verdade. Foi o primeiro a superar a marca de um bilhão de dólares. Foi um sucesso irrepreensível que nunca havia sido visto ou sequer imaginado. Mas me parece pouco para, transformado em uma versão 3D, voltar a recrutar fãs. Sejam jovens ou não.

O ano passado me deixou bastante otimista com o mundo da sétima arte. Woody Allen voltava a fazer sucesso, Cisne negro (black swan), foi uma surpresa nas bilheterias, as animações gráficas, em especial as criadas pela Pixar, fixavam um novo padrão de qualidade no universo infantil. A volta de Titanic e seu sucesso bastante considerável diminuem minhas expectativas.

Durante os anos 50, Hollywood viveu sua maior crise criativa. O cinema norte americano, já uma referência mundial, voltou aos trilhos graças ao surgimento de cineastas como Jean-Luc Godard e Michelangelo Antonioni e o início de uma safra recheada de novas idéias lideradas, principalmente, por Francis Ford Coppola, Martin Scorsese e Dennis Hopper.

Sem procurar menosprezar a obra, só espero que nomes como Darren Aronofsky, David Fincher e Paul Thomas Anderson tenham forças para superar versões em 3D de filmes mortos e enterrados e, convenhamos, de pouca relevância artística.

Ou pelo menos, sobreviver lado a lado.

12 de abril de 2012

DJANGO UNCHAINED


 
Quentin Tarantino é único. Pelo menos, é o único cineasta do mundo que escreve diálogos, às vezes de forma nonsense, às vezes irrelevantes, às vezes cotidianos, todos de longa duração, e agrada crítica e público dos quatro cantos do planeta. É um feito raro, convenhamos.

Pulp Fiction -  tempo de violência (pulp fiction) apresenta uma narrativa bastante interessante, mas são os diálogos e o carisma dos personagens que cativam a audiência. Além disso, o realizador é um expert em utilizar a violência gráfica de forma extremamente útil ao conteúdo e, por muitas vezes, até sob uma perspectiva engraçada.

A violência visual é uma arte sutil, fato que a geração movida a Jogos Mortais (Saw) não sabe apreciar, ou identificar.

Apesar da sotisficação do genial Bastardos Inglórios (inglorious basterds) a origem de Tarantino está no trash, no cinema de baixo orçamento. No Brasil, seria um adepto da Boca do Lixo, movimento cinematográfico que prometo me aprofundar no futuro.

O roteiro de Um Drink no Inferno (from dusk till dawn), cuja direção é de Robert Rodriguez (outro fã do gênero), é um bom exemplo.

O projeto, que novamente envolveu Rodriguez, Grindhouse, onde o episódio À Prova de Morte (death proof) surgiu pelas mãos de Tarantino, é outro exemplo.

O próprio Kill Bill, desconsiderando o capricho na produção e nos efeitos visuais (além da belíssima fotografia) é um terceiro, e talvez o melhor dos exemplos.

Muito do que se vê em Cães de Aluguel (reservoir dogs) e no já citado Bastardos Inglórios provém do cinema trash, mas poderíamos passar horas discutindo este assunto.

Provavelmente não chegaríamos à conclusão alguma, mas melhor que assistir aos diálogos de Quentin Tarantino é discutir sobre eles. Conversa de botequim, como faziam os cineastas da Boca do Lixo.

Toda esta introdução serviu para dizer que o pôster de seu novo longa-metragem, Django Unchained (ainda sem título em português), que deve ser lançado no final deste ano, foi disponibilizado. Tarantino costuma fazer intervalos longos entre seus filmes, por isso intensificam as expectativas quando lançados.

A trama, um western spaghetti (aproximadamente um trash dos bangue-bangues, para quem desconhece o gênero), conta a história de Django (Jamie Foxx), um escravo que recebe sua liberdade ao término da guerra civil norte americana. Daí a palavra unchained, na tradução livre, “desacorrentado”. Sob a tutela do Dr. King Schultz (Christoph Waltz), um perigoso caçador de recompensas, Django decide cruzar o país para libertar sua esposa das garras de um cruel latifundiário. Não li nenhuma citação ou referência sobre o faroeste Django (idem) de 1966.

Tarantino não é um plagiador, mas as referências de suas obras tornam-se até mesmo homenagens a grandes realizadores, na maioria das vezes por filmes ignorados pelo grande público. O Grande Golpe (the killing) de Stanley Kubrick (esse, um gigante) foi claramente a grande fonte de inspiração para Cães de Aluguel. O Expresso Blindado da S.S Nazista (quel maledetto treno blindato), chamado em inglês de Inglorious Bastards, acendeu a faísca para Bastardos Inglórios. As referências de Kill Bill são tantas que poderiam preencher uma tese de doutorado.

Mas como eu disse anteriormente, Tarantino não é um plagiador. Longe disso. Como artista, ele segue o código mais antigo, surgido talvez no berço do teatro: tudo já foi feito, mas tudo, também, pode ser modificado.

Por suas mãos, normalmente para melhor.

MAN OF STEEL



Man of Steel, ou homem de aço. Era assim que se definia o Super-Homem, um dos mais emblemáticos heróis dos quadrinhos norte americanos.

Sua primeira aparição cinematográfica foi pioneira no gênero e um grande sucesso de bilheteria. Pouco pela história, muito pelos efeitos.

Em 2006 a franquia decidiu ressurgir pelas mãos de Bryan Singer, diretor dos dois primeiros episódios da trilogia X-men. Singer que, aliás, elevou o mercado de heróis com uma visão bastante madura do universo dos mutantes.

Pois Superman – o retorno (superman returns), como foi batizado, fracassou.

A razão é bastante simples: o espaço para personagens deste porte foi drasticamente reduzido. O mundo artístico é cíclico, e este é o momento do renascimento do mito do anti-herói.

O nome Man of Steel (ainda sem título em português) surgiu desta hipótese, assim como O Espetacular Homem-Aranha (the amazing spider-man), produção que foi comentada algumas colunas atrás. E todas têm a mesma razão para se apressar em mudanças. Ela se chama O Cavaleiro das Trevas Ressurge (the dark knight rises).

Como eu disse anteriormente, a saga de Christopher Nolan modificou o conceito de super-heróis no cinema. Desta maneira, o mundo tenta adaptar-se. Mas se esta nova filosofia foi apenas, digamos, emprestada para a mais recente versão de O Homem-Aranha, em Super-Homem a conexão é mais profunda.

Nolan é roteirista e produtor do longa-metragem Man of Steel, uma reinvenção do herói.

O visual está bastante escuro, criando nuances entre o azul e as sombras do símbolo postado ao peito do herói. O elenco foi modificado e o diretor escolhido é ninguém menos que Zack Snyder, realizador de 300 (idem) e da adaptação mais importante da história dos quadrinhos fantásticos: Watchmen (idem). Seu brilhante trabalho baseado na obra de Alan Moore e Dave Gibbons foi determinante.

Podemos olhar o filme, mesmo sem muitas informações a respeito, com bons olhos. São grandes cineastas envolvidos e uma nova mentalidade por detrás do homem de aço.

Resta saber, no entanto, até onde um personagem tão enfadonho irá colaborar com seus criadores. Ou recriadores, melhor dizendo.



9 de abril de 2012

NOAH



Depois de vencer o prêmio de direção no Festival de Sundance pelo excepcional Pi (idem) e de Requiem para um Sonho (requiem for a dream) tornar-se um fenômeno cult nas videlocadoras, Darren Aronofsky tomou a decisão de dar um passo mais ousado.

Fonte da Vida (the fountain) seria uma obra pessoal bastante introspectiva. Uma espécie de fábula filosófoca. O orçamento inicial estipulado em 70 milhões dólares foi cortado pela metade, mas o fracasso nas bilheterias não se deve a isso. Apesar da beleza das imagens e das ambições de Aronofsky terem sido atingidas, a impressão que permanece é a de um elemento incompleto, algo que não soube complementar-se.

Eu particularmente gostei, mas o público e a crítica ficaram divididos. Ninguém o mencionou como ruim, mas também o oposto é verdadeiro.

Lançado, visto, esquecido.

O fracasso financeiro não foi absurdo dado o investimento, digamos, mediano para os padrões de Hollywood. O fracasso pessoal, no entanto, foi intenso.

Dois anos depois, ele que tornara-se uma grande promessa no início de sua carreira, mostrava que é possível ser um realizador extremamente autoral e alcançar o reconhecimento por parte dos espectadores.

O Lutador (the wrestler) utilizava uma linguagem visual angustiante, próxima, claustrofóbica. Tudo é visto de um único ponto de vista. Estamos ao lado de Randy “The Ram” Robinson, um ex-ídolo da luta livre que inicia uma jornada pessoal no intuito de recuperar sua auto-estima como pai e profissional de um esporte que decai dia após dia.

Foi o renascimento de Mickey Rourke.

A honestidade somada à sutileza da obra rendeu a Aronofsky o prêmio principal de Veneza.

Cisne Negro (black swan) confirmou sua habilidade e, contra todas as expectativas, tornou-se um sucesso. Com o modesto orçamento de 13 milhões de dólares, acumulou mais de 300 milhões mundo afora e deu ao realizador uma indicação ao Oscar.

Consagrado e com as dívidas pagas a Hollywood, curiosamente, nada mais foi anunciado.

Passaram-se dois anos sem notícias sobre ele.

Até esta semana.

Foi anunciado afinal que Noah (ainda sem título em português) estaria no estágio de pré-produção.

A história é baseada no épico bíblico A Arca de Noé (chamado de Noah em países de língua inglesa). Para quem não conhece, A Arca de Noé faz parte do Antigo Testamento e narra um momento da história em que Deus, insatisfeito com a raça humana, decide provocar uma chuva torrencial que dizimaria todos os seres vivos.

Deus contata Noé e pede que este construa uma arca que possa abrigar um macho e uma fêmea de cada espécie de animal e também sua família. Ele estaria sendo poupado por carregar dentro de si a bondade em seu estado mais puro.

Depois do dilúvio, Noé, sua família e todos os animais deveriam iniciar um mundo novo, isento de maldade e inveja.

As histórias do Velho Testamento possuem fé, mas pouca religiosidade. Na verdade, são textos sobre o âmago do ser humano, suas frustrações, seus medos e suas virtudes.

Pouco se sabe se o filme de Aronofsky irá narrar A Arca de Noé tal qual foi escrita, mas devemos esperar uma produção de respeito, dadas as proporções de seus eventos.

A única certeza é a de que Russell Crowe será Noé.

Mas o cinema não vive de certezas, vive de dúvidas. E ela existe em relação ao talento de Aronofsky? As opiniões divergem. Esta é, no entanto, uma questão que grande parte dos cinéfilos de plantão gostaria de esclarecer.

E irão, em 2014.



JOGOS MAIS VORAZES




Eu escrevi, algumas colunas atrás, que Jogos Vorazes (the hunger games), nova franquia da Lionsgate, tornara-se um sucesso nas bilheterias norte americanas. Aposta ganha desde o início, afinal, o filme é baseado em um best-seller que apresenta uma linguagem fácil e bastante acessível. A produção foi extremamente caprichada, sem mencionar o excelente trabalho de divulgação.

Este último, aliás, tornou-se um dos maiores triunfos da história do entretenimento. Utilizar a internet e em especial o marketing viral como forma de divulgação pode definir o futuro de uma produção.

John Carter – entre dois mundos (John Carter), por exemplo, naufragou nas bilheterias e causou a demissão da diretora de marketing da Disney. Foram quase duzentos milhões de dólares de prejuízo.

Imagino que seja melhor ir embora a arcar com a conta.

O grande diferencial do marketing viral é a integração do internauta como parte do trabalho de exposição. Criam-se quebra-cabeças, enigmas e pistas perdidas por sites fazendo com que o fã inicie uma pesquisa, torne-se uma espécie de explorador e ainda possa compartilhar suas descobertas com outras pessoas. Fazer parte do desenvolvimento de uma obra que lhe causa admiração é um desafio e um deleite, por isso funciona tão bem.

Jogos Vorazes mantém-se como líder nas bilheterias norte americanas (e também em diversos outros países) pelo terceiro final de semana consecutivo. Hoje, soma mais de 400 milhões de dólares. Não seria um feito tão inusitado e nem mesmo um recorde. O destaque deve-se ao fato de que o aguardado Fúria de Titãs 2 (wrath of the titans) e nesta última Sexta-feira American pie – o reencontro (american reunion) não terem tido forças suficientes para desbancá-lo.

O primeiro deles uma superprodução cujo predecessor faturou quase 500 milhões de dólares e o segundo, uma franquia que alcançou muito sucesso em seus três primeiros episódios e hoje retorna aos personagens originais, que estavam afastados da série desde 2003.

Não existem indícios de que sua liderança será ameaçada nas próximas semanas. Obviamente, em um determinado momento todo mundo já viu o filme e a venda dos ingressos cai naturalmente. A chegada da comédia Os Três Patetas (the three stooges) e do thriller The Cabin in the Woods (ainda sem título em português) pode surpreender.

A tendência, no entanto, indica que mais do que aguardar novas produções, o interesse do público está em saber novidades sobre o próximo episódio, previsto para 2013. Afinal, Jogos Vorazes é uma trilogia e todos devem estar se perguntando o que estaria por vir.

Abaixo, deixo os links dos trailers de Os Três Patetas e The Cabin in the Woods.

Divirtam-se.

5 de abril de 2012

TO ROME WITH LOVE – RELOADED


 
Ontem eu publiquei uma coluna sobre Meia-noite em Paris (midnight in Paris), maior bilheteria da carreira de Woody Allen. Alguns dias atrás, procurei informações para tentar criar expectativas sobre sua nova criação To Rome with love, que terá sua pré-estréia em Abril, mas só deve chegar aos cinemas brasileiros em Outubro.

Nunca consegui entender porque seus filmes sempre demoram meses para adentrar o circuito nacional. Estranho, considerando que o Brasil, em diversas ocasiões, foi sua terceira maior fonte de renda.

De qualquer forma, um trailer foi disponibilizado e eu não poderia deixar os fãs aflitos.

Confesso que fiquei bastante animado.

Divirtam-se.