21 de março de 2012

THE MASTER


Pupilo de Robert Altman, Paul Thomas Anderson é um dos realizadores mais respeitados do cinema nos dias de hoje. Desde que Boogie nights - prazer sem limites (boogie nights) foi indicado ao Oscar em três categorias (incluindo melhor roteiro original para Anderson), o jovem cineasta, ainda com 28 anos, recebeu atenção da crítica e foi tema de colunas e discussões ao redor do mundo.

Não somente pelo conteúdo, mas principalmente pela qualidade plástica visual bastante rebuscada. Anderson demonstra um controle raro e uma visão minuciosa de todos os frames, corte a corte, e em todos os movimentos, mesmo os mais sutis.

Sangue negro (there will be blood) é de uma maturidade assustadora, provavelmente a obra mais poderosa do cinema norte americano deste início de milênio. Mas, ao contrário de seu mentor, Anderson filma com longos intervalos. Foram três anos entre o vencedor de Cannes Magnólia (magnolia) e Embriagado de amor (punch-drunk love), cinco até Sangue negro e outros cinco de espera para seu trabalho mais recente, ao menos, é o que tudo indica.

The master, possivelmente um nome provisório, finalmente dá indícios de que será finalizado ainda este ano. O projeto, que encontrou diversos problemas na captação de verbas, quase foi abandonado até que a produtora Annapurna Pictures assumiu o comando. Hoje, o filme encontra-se no estágio de pós-produção.

Fosse um diretor diferente, alguma data já teria sido estipulada para seu lançamento, mas Paul Thomas Anderson provavelmente reserva muito de si para o processo de montagem e finalização. Assim como Stanley Kubrick, a minuciosidade do diretor é tamanha que às vezes passam-se dias até que um único corte seja realizado. Jonny Greenwood, guitarrista do Radiohead e compositor da trilha magistral de Sangue negro, é novamente convocado, aumentando o entusiasmo geral e as possibilidades.

Obviamente, a expectativa é tão grande quanto a obsessão de Anderson. As notícias sobre o lançamento e um primeiro trailer ainda são escassas, mas podemos especular que algo grandioso surge no horizonte de Hollywood. Principalmente pelo elenco que engloba Philip Seymour Hoffman e Joaquin Phoenix, desaparecido das telas desde que iniciou o ousado projeto do falso documentário I`m still here (tema para um debate futuro).

Altman ficaria orgulhoso. Afinal, se Paul Thomas Anderson mantiver seus passos, certamente será ainda maior que seu mentor, fazendo valer o velho ditado chinês: "Fraco é o aluno que não supera o mestre".

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