13 de julho de 2012

PARA ROMA COM AMOR


“Bom, mas não o melhor Woody Allen”.

Estas frases feitas, a velha lenga-lenga por trás de críticos que não vêem nada de novo pode ser cansativa. Não, não é o melhor filme de Woody Allen. E daí? Ninguém disse que seria. Nós não vamos ao cinema para ver o melhor Woody Allen, mas para ver o que ele tem de melhor.

Há uma grande diferença.

Uma grande diferença que comprova que juventude e perspicácia ainda não são capazes de superar o talento inato. Hoje, aos 76 anos, Woody Allen ainda apresenta mais frescor e um senso agudo de observação superior aos jovens visionários. Por esta razão, a espectadora ao meu lado, por volta de seus 80 anos, eu diria, ria junto comigo.

Os problemas do mundo, a chave da comédia, soam de forma igual para todos quando apresentados sob a acidez do sarcasmo.

Para Roma Com Amor (to Rome with love) introduz o conhecido lirismo do realizador de forma bastante diferenciada. Em meio a fatos comuns, elementos misturam-se e criam uma atmosfera que a principio pode parecer trivial, mas aos poucos demonstra fazer parte apenas das regras deste jogo em particular.

É o mundo feérico colidindo com a rotina.

Sempre quis ver Roberto Benigni e Woody Allen juntos. Apesar de não contracenarem entre si, fiquei plenamente satisfeito com o resultado.

Aliás, voltar a ver Woody Allen à frente das câmeras e não apenas por trás delas já é um deleite. E seu personagem realiza feitos os quais nem mesmo o mais atordoado dos roteiristas de Monty Python seria capaz de conceber.

Engana-se quem o considera um pseudo intelectual demasiadamente sofisticado e por muitas vezes pedante. Eu não sou autoridade em assunto algum e considero seu humor um prazer raro.

Querem ver o melhor Woody Allen? Vejam-no por completo.  


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